quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

OUVINDO E AVALIANDO

Lamentações 3
28 Assente-se solitário e fique em silêncio; porquanto Deus o pôs sobre ele.
29 Ponha a sua boca no pó; talvez ainda haja esperança.
30 Dê a sua face ao que o fere; farte-se de afronta.
31 Pois o Senhor não rejeitará para sempre.
32 Pois, ainda que entristeça a alguém, usará de compaixão, segundo a grandeza das suas misericórdias.

Em abril de 2009 fui convidado carinhosamente pelo Pastor e missionário Elton Rangel para conhecer Curitiba e seu campo. Foi uma experiência sem igual. Conheci o Pr. Rawderson Rangel (seu filho), e ficamos hospedados em sua casa. Sempre tive vontade de conhecer esta cidade e Deus me proporcionou este momento impar em minha vida. Nos quatro dias que passei lá, claro que não pude conhecer tudo, mas ciceroneado pelo Pr. Elton, comemos um inesquecível pastel (um verdadeiro almoço) no centro da cidade e pude ver as belezas dela. Também visitei várias igrejas, inclusive a do Pr. Rawderson.

É claro, não pude deixar de aproveitar os conselhos de quem tem muitos anos de ministério e compartilhei com o Pr. Elton um pouco da minha vida ministerial, enquanto ele também falava das suas experiências no campo (atualmente na Espanha) e respectivamente suas vitórias. Uma coisa me chamou a atenção em nossas conversas, uma passagem em Lamentações 3:29 que ele citou me fez refletir: “Ponha a sua boca no pó; talvez ainda haja esperança.”


Às vezes pensamos que por estamos ativos e participantes em uma igreja, os problemas que nos afligem não possam estar vindo de uma necessidade de reavaliar a nossa vida espiritual, nossos procedimentos em relação às ordenanças do Senhor, etc. Isso levou a questionar-me em relação a minha própria vida, meus objetivos e sobre os propósitos do Senhor em minha vida. Minhas conquistas (no Senhor) e minhas vitórias estão diretamente ligadas à minha afinidade com Deus e é igualmente proporcional à medida em que eu aprendo (amadureço) e aprendo a lidar com a vida. Conheci uma pessoa que me disse um dia: “Não preciso aprender mais nada, o que sei (da Bíblia) já é suficiente. Ora, o nosso relacionamento com Deus depende sem sombra de dúvida do meu conhecimento da Palavra de Deus e ela é fonte inesgotável do conhecimento de Deus e tem tudo que eu preciso para uma vida espiritual saudável.

Nós precisamos continuar colocando o nosso rosto em terra sim, não podemos nos esquecer nem um minuto que necessitamos radicalmente de estamos na presença dEle. Está tudo dando errado? Seus planos estão falhando? Talvez você precise disto: “Coloque sua boca no pó, talvez ainda haja esperança!”

Pr. Kelner Alcântara Queiroz
http://twitter.com/kaqster

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

SÉRIE SABER OUVIR V

“Não repreendas o escarnecedor, para que te não aborreça; repreende o sábio, e ele te amará.” (Provérbios 9:8)


“Você reclama demais...”


Já ouviu alguém te chamar a atenção quando você menos espera sobre algo que você está falando muito a muitas pessoas do que está acontecendo com você? Quando a passamos por situações novas, costumamos supervalorizar aquele momento, aquela dor, etc. pois é.


Sentindo muita dor na coluna e também no pescoço, procurei tratamento médico, e a profissional já me adiantou quanto a cervical: este é um problema degenerativo, se você tivesse uma hérnia de disco teria como resolver. Nas entrelinhas  ela me passou o recado. Para um bom entendedor, meia palavra basta. O pior não foi isto, uma hérnia de disco apareceu na lombar e começou a intensificar aquele sofrimento, ai então todas as atenções estavam se voltando para a dor, e não podia ouvir: O Sr. Está bem? A resposta estava na ponta da língua: não, dói tudo! Meu problema se tornou o centro das minhas atenções. Então começava a explicar com detalhes o tamanho do problema sem perceber que estava dando mais valor a ele (o problema) e, conseqüentemente encurtando minha visão e o equilíbrio necessário, colocando o foco sobre este “defeito” sem perceber que minha postura já influenciava as pessoas que já se penalizavam com o fato.


Até que um dia, tocando de novo no assunto, o Sr. Helcio Dutra, um grande amigo, me interrompeu: Pastor, o senhor reclama demais desse problema! Aquilo caiu sobre mim na hora que eu menos esperava, me pegou desarmado e atingiu o coração do problema. A questão não era a dor em si, mas a atenção que eu dava para ela. Acho interessante como o Senhor faz conosco, colocando pessoas na nossa frente para apontar algo que precisa ser tratado, e se não estivermos preparados para ouvir, perderemos oportunidades de cura que Deus nos prepara. No momento, eu não sabia o que falar, mas fui gentil com ele e sua esposa Celina. Mas, o caso não terminou por ai, fui à reflexão do ocorrido e comecei a me lembrar de todas as pessoas que já tinha anunciado: “Eu tenho uma hérnia de disco e a doutora disse também que a artrose na cervical não tem jeito!”. Que mico! Essas recordações são como agulhas espetando depois que descobrimos algo sobre nós mesmos.


Acontece assim também de várias maneiras na nossa vida. Existem coisas que nos incomodam e nós a supervalorizamos a ponto de mudarmos o foco correto que precisamos dar à nossa vida cotidiana. Essas coisas tomam o espaço daquilo que realmente deveríamos dar valor e sem perceber vamos nos afastando dos propósitos  maravilhosos que Deus tem preparado para nós. Valorizar problemas é deixar de enxergar as promessas de Deus, é dar um passo para trás, é errar o alvo e as vezes estamos tão acostumados a isso que acontece as vezes de maneira inconsciente, você nem percebe, mas está induzindo às pessoas terem pena de você; é ser tolo! Em Provérbios 3:7 diz assim: “Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao SENHOR e aparta-te do mal.”


Ainda bem que Deus põe amigos para nos mostrar certas nuances em nós que não percebemos. Você é capaz de visualizar em você mesmo quando alguém lhe põe o dedo na ferida? Você é capaz de refletir sem ficar chateado com alguém que está lhe revelando pedaços do seu comportamento que estão danificados e expostos a público? Sabe, depois que parei de dar a atenção a isto, a minha dor foi diminuindo gradativamente, até o ponto dela não mais me incomodar. Por enquanto a artrose e a hérnia ainda estão lá, estou confiante na cura que vem dEle, mas pode ter certeza, minhas atenções agora estão voltadas para algo mais produtivo, que agrada ao Senhor. Pense nisto. Gostaria de finalizar esta publicação com esta palavra: “Sabeis estas coisas, meus amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar.” (Tiago 1:19) Observa ao teu lado, tenho certeza que você tem um amigo de verdade que pode te ajudar, nem sempre com palavras doces. Reflita sobre o que ele tem a te falar, pode ser que Deus o esteja usando. Cabe a você ser sábio!


Pr. Kelner Alcântara Queiroz

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Série Saber ouvir IV

“Voce  já parou para pensar que o problema pode estar em você mesmo?”


Provérbios 12:15  “O caminho do insensato aos seus próprios olhos parece reto, mas o sábio dá ouvidos aos conselhos.”


Não é fácil ouvir frases deste tipo, quando ela se depara com seu “poderoso argumento” ou a tese que você está defendendo. O fato aconteceu quando eu enviei um email ao Pr. Edvar Gimenes por ter sido meu pastor na Igreja Batista Emanuel em Boa Viagem – Recife (não sei se ele se lembra do ocorrido), fazendo uma reclamação de uma pessoa e pedindo algumas orientações. Isso já faz alguns anos. Sempre quando a gente acha que está com a razão, nunca espera uma resposta que confronte sua convicção, mas a resposta veio de forma incisiva e poderia gerar, penso eu, duas atitudes: ficar chateado e nunca mais mencionar o assunto ou qualquer outro fato para ele novamente, ou refletir sobre a resposta sem que ela provoque algum dano. Aqui não entra o mérito do assunto que gerou o email, mas, o efeito da resposta.


O processo da maturidade produz avanços significativos quando somos capazes de processar a informação recebida e avaliar seu conteúdo com cuidado e assim depois, elaborar uma resposta que reflita uma verdadeira compreensão do fato. Observe esta passagem: “Ouve o conselho e recebe a instrução, para que sejas sábio nos teus dias por vir” (Provérbios 19:20). Essa passagem da Bíblia traduz como sendo sábio aquele que sabe ouvir, que medita nas palavras e não fala sem pensar. Entendo que Deus nos ensina de diversas maneiras, mas é necessário ser capaz de compreender a mensagem quando ela vem, e não perder o privilégio de entendê-la. Como já ouvi de uma pessoa: “oportunidade é careca e usa brilhantina, temos que pegá-la pelo pescoço”. É assim mesmo! Nós temos inúmeras oportunidades de aprender e temos que aproveitar todas.


A partir deste episódio, descobri duas coisas importantíssimas em minha vida. Primeiro eu realmente estava errado, não talvez pelo fato de minha reclamação ter sido verdadeira, mas por ter dado importância a algo que só apontava outro problema em mim: mágoa e falta de perdão. Parece até que uma coisa puxa a outra que precisava ser tratada também (disso eu falo depois). A segunda é descobri que o Pr. Edvar estava sendo um grande amigo quando fez a abordagem desta maneira, e a partir daí passei a admirá-lo não só como pastor, mas como um conselheiro.


Talvez você já tenha ouvido alguém “apontar” para algo em você que pode ser trabalhado, mas o seu orgulho impediu de você enxergar a rica possibilidade de ser trabalhado nesta área. Talvez você até reconheça isto, mas acha que é tarde para resolver e que talvez não tenha mais solução. Coloque no seu coração: nunca é tarde para a maturidade. Reconhecer um defeito pessoal e permitir que Deus “conserte” é a melhor coisa que pode te acontecer. Com certeza você terá a companhia da sabedoria quando tiver algo que precisa ser solucionado. Olhe para dentro de você e faça um inventário daquilo que Deus quer trabalhar em sua vida, Ele já está tentando a algum tempo, mas talvez você não esteja deixando. A Palavra de Deus diz: “Tesouro desejável e azeite há na casa do sábio, mas o homem insensato os desperdiça (Provérbios 21:20). Ele quer te fazer maduro e vencedor, deixe-O trabalhar.


Pr. Kelner A. Queiroz

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Série saber ouvir III

"Eu francamente já não quero nem saber de quem não vai porque tem medo de sofrer..."


As vezes pensamos que só existem verdades dentro do nosso padrão de conduta, do que já aprendemos no contexto familiar, na escola ou na igreja. Posso aqui mostrar na Palavra de Deus diversos momentos em que Deus usou pessoas, situações e até animais para direcionar sua vontade, falar e até mesmo revelar valores que não conseguimos enxergar quando “os de perto” nos falam. Parece até brincadeira, quando alguém bem perto de nós fala alguma verdade e ela não surte efeito algum.  Em Nm. 22:28-31 é possível entender que quando O Senhor quer nos mostrar algo. Balaão precisava ser “sacudido” para entender de que o caminho que ele estava tomando estava errado, e que precisava modificar suas atitudes, isto é, tornar a fazer o que era certo. Toda a verdade é universal, porque não existe conceitos verdadeiros na boca de satanás, as coisas certas só tem uma origem, e o Senhor tem a liberdade de usar o que Ele quer para trabalhar o coração dos seus.


Para quem conviveu  comigo há muito tempo atrás, não será difícil lembrar de que a timidez me fechava portas e me impedia de realizar maiores planos em qualquer âmbito da vida. Já havia aprendido a lição do “mel e do vinagre”, agora estava na hora de encarar um gigante que atrapalhava meu desenvolvimento psicológico, social e emocional. Enfrentar meu próprio eu! Ninguém  a não ser eu mesmo poderia dar este grande passo, mesmo porque enquanto vivenciamos problemas deste tipo, geralmente não conseguimos “ouvir” o lógico, principalmente quando alguém muito perto nos fala. Como era difícil realizar planos, decidir algo importante pra mim, dizer algo que gostaria de falar sem que tivesse receio que que desse tudo errado, ou que alguém não gostasse daquilo, ou até mesmo de ouvir um não! Palavrinha cruel de ser ouvida não é?


Foi então que prestando a atenção à uma música do Vinícius de Morais cantada pelo Toquinho, isso mesmo, Vinicius e Toquinho. Aqueles versos me trouxeram uma verdade na forma que eu menos esperava:


Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão
(Como dizia o Poeta – Vinicius de Morais)


Foi como a descoberta do fogo, estava ali uma verdade dentro de versos que eu nunca esperava que estivesse,a palavra chave estava dentro do contexto: Medo!


Voce tem medo de que? Para os críticos de plantão, eu não estou nem ai se você achar que não se pode encontrar respostas fora do contexto da religião, etc. A verdade é que a partir daquele momento comecei a refletir quanto tempo havia perdido, e quantas coisas havia deixado de viver por causa do medo de enfrentar minhas próprias realidades.  Fico pensando como Moisés foi sábio em aceitar conselhos de um sacerdote de Midiã, seu sogro o Jetro. Ora, Midiã era uma nação pagã e aos olhos de muitos poderia ser uma tremenda escorregada teológica dar ouvidos a um adorador pagão. Mas lemos em Ex. 17:24  “Moisés atendeu às palavras de seu sogro e fez tudo quanto este lhe dissera.” Leia o contexto em Ex. 17:1-24 com cuidado, e você vai perceber que Deus nos instrui de diversas maneiras.


O medo se opõe à sua vitória e se agiganta contra todas as suas realizações. Em 1 João 4:18 diz assim: “No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor.” É hora de você (fundamentado em razões corretas) tomar posturas que te levem à sua vitória. São esses pequenos detalhes que fazem a diferença em nossa vida. Voce tem algo pendente, alguma coisa a ser resolvida que se levanta gerando medo e insegurança? Alguma decisão importante que precisa tomar? Lance fora o medo! Com certeza vamos nos deparar com a variação de duas respostas: sim ou não. Não receie nenhuma delas, qualquer que seja, sempre vamos aprender a lidar com isto, ou você nunca vai saber... se não tentar.


Pr. Kelner A. Queiroz

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

SÉRIE SABER OUVIR II

"MAIS JUNTA MOSCAS MEL, DO QUE VINAGRE.”


“Como o óleo e o perfume alegram o coração, assim, o amigo encontra doçura no conselho cordial.” (Provérbios 27:9)


Esta frase nunca saiu da minha cabeça, desde o momento em que um amigo falou para mim. Enos Domingues é uma daquelas pessoas serenas, observadoras que passei a admirar logo depois deste episódio. Pra quem me conheceu naquela época, a falta de maturidade era visível em meus procedimentos relacionais. “Chato de galocha” acho que era a palavra certa. Não tinha muitos amigos, nem sabia fazê-los. É claro tinha minha família que sempre nos compreende nestas horas, mas socialmente não era tão envolvido assim. Sempre atrapalhando no coro da igreja, ou mesmo divergindo sempre de tudo o que podia.


Saber ouvir, não era a minha especialidade, ou mesmo de ouvir conselhos, mas naquele dia essa frase fixou em minha mente e lentamente foi processando o seu significado em mim. Até então “amigo” para mim, era uma pessoa que firmava uma “amizade”, mesmo que superficial, e trocava algumas idéias, mas o conceito para mim mudou, ou mesmo, começou a mudar a partir daquele dia. É muito comum nós só acharmos que amigo é aquele que sempre está do nosso lado, nos dando a mão ou oferecendo alguns benefícios, mas ao contrário daquilo que eu imaginava, “saber ouvir” pode nos ajudar a identificar amigos mais próximos que que nós imaginamos.
Bem, creio que o Enos identificou por observação um ponto falho no meu procedimento e resolveu dizer em uma frase “criptografada”, pelo menos naquele instante, pois não havia entendido nada naquela hora: Kelner, mais junta moscas mel, do que vinagre! Pode crer, a ficha não caiu naquele momento, e eu nem imaginava o que aquela bomba de efeito retardado iria provocar em mim. Não foi diferente de Davi, quando o profeta Natã contou uma historinha (II Sam. 12:1-7) bem convincente, mas o amigo Natã fez a ficha dele cair na hora: Este homem és tu! Bem, no meu caso pouco a pouco fui refletindo: mel? Vinagre? Será que ele quis dizer que eu tenho sido vinagre...  Mel, com certeza não tenho sido. Pude enxergar a partir daí um grande universo de possibilidades que não tinha acesso por causa do meu temperamento, ignorância, imaturidade, etc. Apesar ainda da casca grossa a ser retirada, uma pequena incisão amiga já revelava uma grande possibilidade, a da mudança de comportamento. Não é uma coisa assim tão rápida, pelo menos não foi pra mim, mas tremendamente necessária pra que eu pudesse “crescer”. Parar para ouvir pode mudar a sua vida. Mesmo que não sejam palavras tão doces... ouça, medite, antes de falar qualquer coisa, este pode ser o momento da sua cura.


Como podem ver, graças a Deus, que usou um grande amigo, o Enos, eu posso usar isto para dizer a você que pode ter um amigo mais perto do que você pensa, e pode até ser quem você não imagina. Quando fui à Recife em 2007, a irmã do Enos me encontrou no ponto de ônibus, confesso não a conheci naquele momento, mas ela me conheceu, e já fazia 30 anos desde que eu o vira pela última vez. Pedi o telefone do Enos e ao chegar na casa da minha mãe, telefonei para ele, me identifiquei  e disse assim: Você está lembrado daquele dia em que me falou aquilo... ele não lembrava mais, mas eu sim, e assim pelo telefone agradeci a ele por ter me proporcionado um passo na minha maturidade.


E você, como tem se comportado diante de suas relações interpessoais, ou até mesmo em sua família. Você sabe ouvir? Sabe ficar em silêncio para digerir algo que talvez você não goste mas que aponta uma falha sua? Pode crer, talvez vá doer muito em você, mas isso pode mudar a tua vida para melhor. Está escrito:
“Eu, a Sabedoria, habito com a prudência e disponho de conhecimentos e de conselhos.” (Provérbios 8:12)


Pare e pense: nem todo o bom remédio vem com um delicioso sabor, as vezes ele é amargo! Deus te abençoe.


Pr. Kelner

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Série Saber ouvir


Conselhos que Mudaram a minha Vida
.
Sempre fui desde a infância determinado a travar qualquer informação que pudesse contrariar a minha vontade. Ouvir conselhos, observações ou críticas, era uma tarefa dolorosa e intragável. Cansei de ouvir: “Quem não ouve conselhos, raramente acerta”. É claro que até você se conscientizar da intenção do conselho, é necessário uma maturidade que muitas vezes não está agregada naquele momento. A verdade é que a maturidade tardia nos impede de ouvir “verdades” e até de agüentar “inverdades” sem que uma resposta na ponta da língua não ponha tudo a perder. Encontrei uma passagem na Bíblia que pode representar muito bem o fato:


Provérbios 15:5 “O tolo despreza a correção de seu pai, mas o que observa a repreensão prudentemente se haverá.”


Ela se aplica a quem não dá a devida atenção à uma correção, ou conselho, chamando-o de tolo, em outras versões de insensato, e creio eu muito bem empregado. O sentido da palavra (utilizando o Strong) é que esta pessoa é idiota e louco, referindo-se ao desprezo do conselho,e também como néscio que despreza a sabedoria.
É claro que aqui não estou me referindo à família, mas à ações externas que contribuíram na transformação e maturidade do meu caráter. Este é apenas o primeiro artigo que vou escrever sobre o assunto, que trata o quanto uma palavra bem recebida pode interferir positivamente na área comportamental de um indivíduo, promovendo assim maturidade e crescimento. No decorrer deste trabalho vou me referir a pessoas que fizeram diferença em minha vida por palavras que me disseram. Quero esclarecer aqui a necessidade de aprendermos a ouvir mais e falar menos, a pensar naquilo que estamos recebendo, processando as informações como sábios, antes de divulgar algum juízo de valor, antes de falar sem pensar, como um insensato. Observe este versículo:


Eclesiastes 10:13 “As primeiras palavras da boca do tolo são estultícia, e as últimas, loucura perversa.” (Entenda-se estultícia como insensatez, falta de sabedoria)


Sempre quis dizer isto, que pessoas falaram para mim verdades não digeridas naquele momento, mas não foram desprezadas em seu conteúdo, e refletindo sobre elas, mudaram meu modo de pensar, agir e contribuíram no percurso da minha história.


No próximo artigo vou escrever sobre um grande amigo, Enos Domingues, e posteriormente colocarei outros.


Alguns dos nomes: (ainda tem mais)
  • Toquinho (amigo de longe, claro que ele não me conhece, mas em uma frase de sua música descreve uma grande verdade)
  • Pr. Edvar Gimenes. (Grande pastor e amigo por uma frase que me disse em resposta à um email)
  • Pr. Maurilio Mesquita (Meu Gamaliel)
  • Irmão Hélcio Dutra (Também um grande amigo)

Quero lembrar que a referência a algumas pessoas importantes aqui, não tiram o brilho dos amigos que tenho e não são menos importantes do que os que vou citar, mas serviram de base para desenvolver este trabalho.


Até a próxima!


Pr. Kelner Alcântara Queiroz

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

No epicentro da nossa realidade


Hoje estive conversando com o meu amigo Pr. Juarez, da Igreja Batista Ebenézer em Gravatá - PE,  sobre a dificuldade de encontrar vocacionados e pessoas dispostas a pagar o preço de servir a Deus, mesmo diante das facilidades de diversos cursos e seminários que temos hoje em nosso país. A diversidade de igrejas hoje tem confundido com doutrinas as mais diversas, muitas delas nos limítrofes do absurdo teológico, que sustentam uma não decessidade de uma vida de santidade ou um compromisso fiel à Palavra de Deus.Parece até que as pessoas não estão atras de um Deus que pode abençoar, mas somente das bênçãos que Ele pode usufruir se fizer parte desta ou aquela comunidade. Quando passeio aqui no Rio de Janeiro pelos bairros da cidade que moro, não sei se fico alegre ou surpreso em ver tantas denominações diversas e diferentes, e muitas delas uma ao lado da outra a poucos metros de distância, me lembro de uma aula que ministrei sobre administração eclesiástica, quando um aluno me perguntou:

-Pr. o que eu preciso para abrir uma igreja?
e eu respondi:
-Qual é a sua motivação para abrir uma igreja?

Hoje muitos não estão mais "plantando igrejas" mas estão "abrindo igrejas" Aqui não entro na motivação do aluno que me perguntou, mas em que os meus olhos estão vendo.Onde estão os vocacionados dispostos a pagar o preço de servir? Encontro pessoas que querem saber o "preço" do seu serviço, ou quanto aquilo vai lhe dar em retorno financeiro. A paixão pelas almas sumiu das celebrações, e estas se transformaram em uma grande prateleira de produtos espirituais à disposição daquele que estiver disposto a pagar por ela. Voce pode estar perguntando agora: "Mas, de que igreja está falando?". Aqui eu não estou "denominando" igreja, mas me refiro a um fato que tem contaminado diversas denominações, inclusive a minha. É algo contemporâneo e muito atual em nosso país.

Gostaria de ouvir mais uma vez: "Oh onde os obreiros a trabalhar, nos campos tão vastos a lourejar..." e ver jovens, adultos, adolescentes e crianças tocadas pelo clamor de evangelizar, independentemente do lugar a onde irão trabalhar, de ver pessoas menos interessadas em: "Quanto vou ganhar para estar lá?" mas ouvir: "Se não posso ir além da minha cidade, pelo menos a minha vizinhança irá ouvir a respeito do Senhor Jesus. e isto pra mim não tem preço"

Aqui, estou falando à igreja como um todo. São bilhões de vidas precisando ouvir a mensagem do evngelho do Senhor Jesus Cristo. O que você tem feito por elas? Isso mesmo, ai perto da tua casa, da tua igreja, do teu bairro... Em vez de abrir uma igreja nova, talvez seja melhor voce fazer algo pela sua igreja! Deixa Deus trabalhar em sua vida.

Pr. Kelner Alcântara Queiroz